domingo, 21 de fevereiro de 2010

heart swells

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Por agora, somos só nós os três:
Eu.
A tua sombra.
O teu eco.


Não acredito que alguma vez me tenha sentido tão sozinha.

(Heart Swells, Los Campesinos)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

a vida não é sempre boa.

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Por isso existe a música.
E o tabaco. E o álcool.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

now i'm told that this is life.

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Há dias em que mais vale nem sair de casa. Temos problemas, mantemos o pessimismo, caímos em nostalgias tolas e completamente desnecessárias, sentimo-nos as piores e mais infelizes pessoas do mundo e, por isso, nem sequer temos vontade de fazer nada. A vida corre-nos mal e pronto.
Ficamos mais e mais deprimidos por cada minuto em que estamos acordados, pelo que passamos todo o dia à espera da noite, ansiando cair na cama com a esperança de acordar apenas uma semana depois.
É em dias como este que sinto a minha 'ervilha' crescer, o meu 'buraquinho de ozono' aumentar - enfim, a dor a tornar-se cada vez mais insuportável.
nobody said it was easy but no one ever said it would be this hard. Há dias assim, fazer o quê?

Por outro lado, há dias em que a solução É sair de casa. Perceber que, não havendo portas, podemos sempre saltar janelas. Acreditar que a saída de uns significa a chegada de outros. Quem sabe, muito melhores que os anteriores. Não é que consigamos substituir as coisas que vivemos - esse é o tipo de coisas que eu ainda não sei fazer -, mas podemos sempre deixá-las quietinhas, arrumá-las muito bem, no sítio certo, e ganhar espaço para tudo o que vem para a frente. Torna-se tudo muito mais fácil, believe me.

now i'm told that this is life and pain is just a simple compromise, so we can get what we want out of it.


Coimbra e JM, obrigada por cuidarem do meu 'buraquinho do ozono' *


sábado, 6 de fevereiro de 2010

passado, mas presente.

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Cair. Cair mais do que uma vez - às vezes é necessário. Bater bem lá no fundo, sentir o chão gelar o corpo.
Por vezes vale a pena chorar, quantificar a dor, sofrer. Sofrer mesmo muito. Ser sensível ao ponto de sentir o peso dos enganos, dos erros, das mentiras - do tempo perdido.
Ofendemos, agredimos. Há alturas em que é preciso não saber o que fazer, o que dizer, o que pensar. Agir. Só agir.
Até que ponto? Até que ponto temos de errar e de deixar que os outros errem? De magoar e de sermos magoados, traídos e enganados? Até que ponto temos de ir fundo? De ser usados, humilhados? De ir assim tão longe?
Não é preciso passar assim tanto tempo para vermos o quão errados estamos, fomos, somos. Quanto mal fizemos. Quanto mal deixámos que nos fizessem. A quantidade de asneiras que nos persegue. Dias, semanas, meses. Às vezes, anos.
Qualquer tempo. Um estado de espírito. É sempre uma questão de tempo, de pontos de vista, de princípios - ou da falta deles -, de dignidade. Orgulho, talvez. É, sobretudo, uma questão de posicionamento, de lugar na plateia. De ter as pessoas certas no momento correcto e no tempo exacto.
Sinceridade e uma mão na consciência - o suficiente para nos fazer sentir sujos, falsos, traidores, estranhos, não merecedores, pessoas incompletas. Quem sabe, arrependidos.

Nunca ninguém deveria escrever textos de amor. Poemas. Meias declarações. Fazem-nos voltar atrás no tempo, viver tudo de novo, sofrer com o - agora tão visível - engano. Fazem-nos sentir ainda mais pesados, mais culpados, mais enganados, ainda mais traídos.
Podemos falar, dizer o que pensamos. Mas escrever, passar para o papel, imortalizar os sonhos e os sentimentos, isso não.
Às vezes mais vale calar o que se sente. Conter. Não deixar fugir. Torna-se uma questão de sobrevivência.
Não há amantes eternos, apenas existem momentos de amor. E é essa a verdade sobre a verdade: dói. Por isso, mentimos. Mentimos a nós próprios e aos outros.
É então que surge a negação, a incerteza, o medo, a confusão. A tristeza, talvez. Será tarde demais?

(11.Fevereiro.2007 - adaptado)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ti.

lembrei-me de

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

the view from the afternoon

"Ao que eu vejo, tudo foi para ti uma estúpida canção que só eu ouvi. E eu fiquei com tanto para dar. Agora, não vais achar nada bem que eu pague a conta em raiva. (...) A cidade está deserta. E alguém escreveu o teu nome em toda a parte. Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas. Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura - ora amarga, ora doce."





Há dois dias voltei a vê-la.
Estava limpa. Serena, iluminada e espectante. Interessada. Boa ouvinte, como sempre.
Acolheu-me, mais uma vez, sem perguntas. Como se eu nunca tivesse deixado de a ver, de a sentir. Como se eu nunca a tivesse abandonado. Ela sabia que eu voltaria.

É incrível o poder que uma imagem, uma visão, pode ter num determinado momento. E esta fez-me pensar alto.
'Coimbra é linda!'. E faz-me bem.

(Coimbra, obrigada pela conversa, pela noite.)