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Cair. Cair mais do que uma vez - às vezes é necessário. Bater bem lá no fundo, sentir o chão gelar o corpo.
Por vezes vale a pena chorar, quantificar a dor, sofrer. Sofrer mesmo muito. Ser sensível ao ponto de sentir o peso dos enganos, dos erros, das mentiras - do tempo perdido.
Ofendemos, agredimos. Há alturas em que é preciso não saber o que fazer, o que dizer, o que pensar. Agir. Só agir.
Até que ponto? Até que ponto temos de errar e de deixar que os outros errem? De magoar e de sermos magoados, traídos e enganados? Até que ponto temos de ir fundo? De ser usados, humilhados? De ir assim tão longe?
Não é preciso passar assim tanto tempo para vermos o quão errados estamos, fomos, somos. Quanto mal fizemos. Quanto mal deixámos que nos fizessem. A quantidade de asneiras que nos persegue. Dias, semanas, meses. Às vezes, anos.
Qualquer tempo. Um estado de espírito. É sempre uma questão de tempo, de pontos de vista, de princípios - ou da falta deles -, de dignidade. Orgulho, talvez. É, sobretudo, uma questão de posicionamento, de lugar na plateia. De ter as pessoas certas no momento correcto e no tempo exacto.
Sinceridade e uma mão na consciência - o suficiente para nos fazer sentir sujos, falsos, traidores, estranhos, não merecedores, pessoas incompletas. Quem sabe, arrependidos.
Nunca ninguém deveria escrever textos de amor. Poemas. Meias declarações. Fazem-nos voltar atrás no tempo, viver tudo de novo, sofrer com o - agora tão visível - engano. Fazem-nos sentir ainda mais pesados, mais culpados, mais enganados, ainda mais traídos.
Podemos falar, dizer o que pensamos. Mas escrever, passar para o papel, imortalizar os sonhos e os sentimentos, isso não.
Às vezes mais vale calar o que se sente. Conter. Não deixar fugir. Torna-se uma questão de sobrevivência.
Não há amantes eternos, apenas existem momentos de amor. E é essa a verdade sobre a verdade: dói. Por isso, mentimos. Mentimos a nós próprios e aos outros.
É então que surge a negação, a incerteza, o medo, a confusão. A tristeza, talvez. Será tarde demais?
(11.Fevereiro.2007 - adaptado)
Por vezes vale a pena chorar, quantificar a dor, sofrer. Sofrer mesmo muito. Ser sensível ao ponto de sentir o peso dos enganos, dos erros, das mentiras - do tempo perdido.
Ofendemos, agredimos. Há alturas em que é preciso não saber o que fazer, o que dizer, o que pensar. Agir. Só agir.
Até que ponto? Até que ponto temos de errar e de deixar que os outros errem? De magoar e de sermos magoados, traídos e enganados? Até que ponto temos de ir fundo? De ser usados, humilhados? De ir assim tão longe?
Não é preciso passar assim tanto tempo para vermos o quão errados estamos, fomos, somos. Quanto mal fizemos. Quanto mal deixámos que nos fizessem. A quantidade de asneiras que nos persegue. Dias, semanas, meses. Às vezes, anos.
Qualquer tempo. Um estado de espírito. É sempre uma questão de tempo, de pontos de vista, de princípios - ou da falta deles -, de dignidade. Orgulho, talvez. É, sobretudo, uma questão de posicionamento, de lugar na plateia. De ter as pessoas certas no momento correcto e no tempo exacto.
Sinceridade e uma mão na consciência - o suficiente para nos fazer sentir sujos, falsos, traidores, estranhos, não merecedores, pessoas incompletas. Quem sabe, arrependidos.
Nunca ninguém deveria escrever textos de amor. Poemas. Meias declarações. Fazem-nos voltar atrás no tempo, viver tudo de novo, sofrer com o - agora tão visível - engano. Fazem-nos sentir ainda mais pesados, mais culpados, mais enganados, ainda mais traídos.
Podemos falar, dizer o que pensamos. Mas escrever, passar para o papel, imortalizar os sonhos e os sentimentos, isso não.
Às vezes mais vale calar o que se sente. Conter. Não deixar fugir. Torna-se uma questão de sobrevivência.
Não há amantes eternos, apenas existem momentos de amor. E é essa a verdade sobre a verdade: dói. Por isso, mentimos. Mentimos a nós próprios e aos outros.
É então que surge a negação, a incerteza, o medo, a confusão. A tristeza, talvez. Será tarde demais?
(11.Fevereiro.2007 - adaptado)
Tendo em quanto o tempo que já passou, tenho de dizer que também me deixei levar pela doce banalidade daquele texto, Sofi.
ResponderEliminarE não sabe tão bem, por um lado?
Quando tu dizes "não há amantes eternos, apenas existem momentos de amor." não podia deixar de estar de acordo contigo. E isto dói imenso.
Deixaste-me a tremer.
ResponderEliminar*
Quem és, "Anónimo" ?
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